sexta-feira, 25 de setembro de 2009

M I R A G E M
















M I R A G E M

Imagem que se perde
Ilusão frustrada
Momento que excede
Frustração que atormenta
É um vagar sem destino
Meu passo em descompasso
Vagueia pelo deserto
Areia macia e quente
Apenas contemplo incandescente
Seu falar
Seu sorriso Seu olhar
Meio indiferente
Mas escaldante
Estremeço frenético
Me calo no topo da duna
E desejo, apenas, lhe pertencer.
Cintilações do sol...
Pontos coloridos na distância
Fantasias soltas
Torna visível o nada mudo
Apenas um sentido em cinco
(ou quem sabe seis?)
De que adianta?
Ser tão igual a você e não ser você?

T@cito/Xanadu

O POEMA QUE NÃO FIZ
















Essa ponte tão longa
essa fonte que não chega
essa estrela que brinca comigo
fingindo estar perto.
O oásis no meio do deserto é só uma miragem
e eu sigo sedento nessa viagem.
Essa música que o rádio não toca...gosto tanto dela
e eu sem graça na janela
esperando a mulher que nunca vem.
Meus olhos perguntam ao horizonte
se alguém me espera também.
Onde está o beijo que não provei?
O amor que não tive?
O abraço que não ganhei?
Onde descansar a cabeça de sonhador?
Travesseiros não ouvem,nem falam
apenas exalam qualquer perfume,
menos o perfume do amor.
Que escolha triste...querer exatamente o que não existe..
Querer o que não pode ser.
Tocar o que não pode ver.
Jeito estranho de ser feliz.
Gosto de todos,
mas gosto mais do poema que  não fiz.


Carlos Soares de Oliveira